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26 poetas hoje - Heloisa Buarque de Holanda (org.)
“Durante muito tempo resisti à Poesia Marginal por acreditar que se tratava simplesmente de um projeto literário de desbundados cariocas. Essa resistência cedeu quando me aproximei de forma mais madura do tempo histórico dessa turma. Além disso as minhas incursões no rock setentista foram importantes para compreender ainda mais a lógica dessa geração. O 26 poetas hoje traz uma série de poetas grandiosos como Waly Salomão, Cacaso e Ana Cristina César, e ainda nos permite observar como uma outra turma ficou pra trás. Creio que curiosamente a poesia marginal conseguiu separar "o joio do trigo" imortalizando aqueles de maior consciência de linguagem. Esta obra me ajudou a conceber a poesia antes de tudo como espetáculo, performance, boemia, loucura, jovialidade, anti-caretice.”
Tiago Rattes é professor de história e poeta.
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Encontro marcado – Fernando Sabino
“O livro que mudou minha vida foi Encontro marcado, do Fernando Sabino. Li quando tinha dezenove anos, rabiscava os meus primeiros escritos e queria aprender mais sobre o ofício, mas tudo que lia e estava disponível em minha casa (Machado de Assis, Dostoiévski, Milan Kundera, etc) era demais, me esmagava, jamais iria escrever daquele jeito, era melhor desistir. Com o Encontro marcado, finalmente lia alguma coisa que podia imitar. Não foi o escritor que abriu a minha cabeça, mas foi o que me mostrou que escrever não era tão difícil, e isso me deu autoconfiança. Valeu, Sabino!”
Anderson Pires é professor de literatura, escritor e pai da Janaína.
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Antologia poética – Vinicius de Moraes
“Tenho na lembrança o primeiro poeta que me fez lacrimejar... aos quatro ou cinco anos... era Vinicius de Moraes. Ao ouvir o poema/música “A Porta” na voz de minha mãe, senti pena, de imediato daquele objeto que era feito de matéria morta. Foi o primeiro poeta que apareceu em minha vida e, como não poderia deixar de ser, o primeiro livro que busquei. Ainda criança, uma antologia do “poetinha” caiu em minhas mãos (uma fotocópia na verdade, para dar o tom transgressor!) e pude ler, despido de muitos valores, aqueles versos. Depois disso, descobri que poesia era um afrodisíaco e “Minha Namorada”, “Soneto de Fidelidade”, entre outros foram muletas para minha timidez. Bom, na época em que descobri, ainda não entendia o que significaria a poesia para mim, mas hoje sei que fez diferença, por isso um saravá ao capitão do mato Vinicius de Moraes.”
Luiz Fernando “Mirabel” Priamo é poeta, músico e jornalista.
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Pergunte ao pó – John Fante
“Quando Bukowski, no prefácio de Pergunte ao Pó, grita “eu sou Bandini, Arturo Bandini”, acho que já aponta o motivo pelo qual John Fante escreveu um livro que agora cito como o último livro que mudou minha vida. Talvez vontade de não ser Camila porque Camila, aos olhos de Bandini, é inconstante e perdidamente apaixonada por outro. Talvez por vontade de ser o famoso e brilhante escritor Arturo Bandini, talvez por compartilhar de seu coração negro. Talvez porque o livro trate das ruas e das pessoas e da escrita de um jeito que eu pense que está tudo vivo e acontecido e tenha vontade de andar por onde Bandini passou. Talvez pelo que eu não seja e não tenha agora, seja um excelente livro. Até que venha o próximo, que nunca desbanca o anterior, mas o acrescenta.”
Lia Duarte Mota é aluna do mestrado em literatura brasileira da PUC-Rio
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O vôo da madrugada – Sérgio Sant’Anna
“Esse tipo de escolha é difícil demais, ainda mais para gente como eu que tem mania de fazer Top 5 de tudo (sim, Rob Fleming me ensinou direitinho). Vou ficar sem dormir pensando que poderia talvez ter escolhido outro livro, mas acho que esse é o que menos vai me tirar o sono. Sérgio Sant’Anna é o melhor escritor brasileiro vivo e quem não concorda é maluco. O vôo da madrugada (2003) é seu livro mais recente e nele Sérgio desenvolve sua obsessão com a linguagem e o problema da representação da realidade, que já vinha norteando sua obra desde O concerto de João Gilberto no Rio de Janeiro (1984). Sérgio foi o escritor que me mostrou como são tênues e ao mesmo tempo distantes os limites entre arte e vida, linguagem e representação. Ler esse livro é gritar “gênio” ao fim de cada conto (sim, eu faço isso) e nunca mais olhar a literatura do mesmo jeito. Sérgio Sant’Anna faz questão de jogar na cara do leitor o quanto a arte é simulacro, reafirmando sempre que literatura não é vida, mas também sugerindo que talvez seja e, se for, como poderia não ser? Complicado e contraditório sim e é aí que está a graça. Fazer a arte do seu tempo: esse é o compromisso de Sérgio Sant’Anna. E ele cumpre com muito, muito estilo."
Laura Assis é aluna do mestrado em estudos literários da UFJF.
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Memórias de minhas putas tristes - Gabriel García Márquez
“Não sei quando exatamente a literatura passou a mudar, de fato, a minha vida... mas sei que isso aconteceu. Um livro que me marcou muito, não sei quando li, nem como eu tomei conhecimento dele, talvez por ser um best-seller. Mas, pouco importa, a verdade é que Memórias de minhas putas tristes mudou alguma coisa em mim e eu enlouqueci: quis ler todos os livros do Gabriel García Márquez, esse colombiano que fez com que eu me apaixonasse por Santiago, Florentino Ariza e Fermina Daza, pelo amor absurdo de Sierva Maria e o Sacerdote Caeytano, por toda a família Buendía, me fez querer mudar pra uma cidade chamada Macondo onde tinha um linha de trem, um bananal e uma família inacreditável. Tudo isso por causa de um velho de 90 anos e nenhum amor.”
Pamella Oliveira é aluna do curso de Letras da UFJF
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O mistério do trem azul - Agatha Christie
“Eu poderia escolher Saramago, ou Harry Potter, mas, pra quem me conhece, seria previsível. Então opto por um livro que pode ser ignorado por muitas pessoas, mas tem um significado especial pra mim. Aos 11 anos, peguei O mistério do trem azul na biblioteca do colégio e, em meio a protestos de professores ("isso não é livro pra sua idade, vai ler O pequeno príncipe"), me apaixonei pela Agatha Christie, com sua fórmula policial pronta e já batida, mas que sempre acaba funcionando. E foi ali que começou minha paixão pelos livros, que acabou por mudar o curso da minha vida e acabou me trazendo aqui, nesse blog.”
Larissa Andrioli é aluna do curso de Letras da UFJF
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Mas e você? Que livro mudou sua vida?
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Mas e você? Que livro mudou sua vida?
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