Perdido no meio de tantos lançamentos? Não sabe por onde começar? O GG#001 preparou "Lançamentos (ou quase isso)", um drops especial para ajudar você a se guiar pelas estantes e sites de livrarias. Poesia e prosa, estreantes e veteranos... tem de tudo, é só escolher.
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Em alguma parte alguma - Ferreira Gullar

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Verão em botafogo - Thiago Camelo


O autor começou a postar poemas em seu blog, o Otário Involuntário (através do qual é possível também adquirir o livro), e juntou esses textos a outros inéditos, formando assim o repertório do seu livro de estréia. Os poemas versam, em sua maioria, sobre o cotidiano e frequentemente trazem um tom irônico e de crítica, como em "Oco": "Passa a semana coçando, / na inatividade de sua vida. / Ao final de semana, dois dias, / um para pecar no puteiro, / outro para rezar por Maria."
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O único final feliz para uma história de amor é um acidente - J.P. Cuenca
Quinto livro da coleção Amores Expressos. João Paulo Cuenca foi a Tóquio e trouxe de volta um livro maluco sobre voyeurismo, bonecas infláveis, peixes venenosos e poetas. A primeira metade do livro é bem mais interessante, construindo uma bela tensão dramática que, infelizmente, não é realizada na segunda parte com tanta eficiência. De qualquer modo o livro vale a pena, nem que seja só pelas sequências dos acidentes, essas sim muito bem desenvolvidas.

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Areia nos dentes - Antônio Xerxenesky
Esse não é exatamente um lançamento. Areia nos dentes, de Antônio Xerxenesky, foi lançado em 2008 pela Não Editora e agora ganha uma reedição da Rocco. Fiz uma resenha completa aqui, mas se você está com preguiça de clicar no link ou de ler o texto inteiro, eis tudo que você precisa saber sobre o livro: Areia nos dentes é um faroeste com zumbis, que brinca com metaficção e é divertidíssimo. Leia.

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Uma História à Margem - Chacal

Não é preciso dizer muito: livro de memórias de Chacal e Chacal é O cara. Da infância do poeta aos dias de hoje, passando pela efervescência da poesia marginal dos anos 70 e pela a agitação cultural do CEP 20.000, em plena atividade no Rio de Janeiro. Imperdível.
Trecho: "um-motor-ligado no meio da noite fria, vazia, silenciada. outros motores riscam o asfalto da noite. outros seres empreendem a jornada. entre o passado e o futuro. entre o futuro e o passado. tudo-no-presente. tudo-no-presente. tudo-no-presente. o som que risca o silêncio aqui, agora, deixa um rastro na memória e vira linguagem. o silêncio não aparece. nada aparece. está escuro e silêncio. apenas o-motor-ligado me esperando para a longa jornada. aos seios de duília? melhor não. uma tumultuada, uma indecifrável jornada para dentro de mim. da linguagem. da minha linguagem. da minha vida. um-motor-ligado me espera no silêncio da noite. tudo escuro. o-motor-ligado e uma porta de carro que fecha. o carro parte. e risca o silêncio. acende a linguagem. eu continuo aqui. ou não?"
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