domingo, 22 de novembro de 2009

5 livros para serem lidos numa ilha deserta enquanto se espera pelo resgate

Poesia completa - Carlos Drummond de Andrade


Porque Drummond é Drummond. E como já dito em post anterior aqui no blog, ele é um Poeta Maior. Neste volume, é possível se encantar com toda a obra poética do autor e acompanhar sua evolução, desde o poeta gauche de Alguma poesia até a exploração do tema da infância em seus Boitempos. Nada mais agradável e instigante do que ter um livro deste nas mãos enquanto se espera o socorro.


Grande sertão: veredas - João Guimarães Rosa


Grande sertão é, junto com Ulisses, o livro mais badalado em listinhas de dificuldade de leitura. A escrita de Rosa, aliada à linha narrativa de Riobaldo e às 608 páginas sem divisão de capítulos conseguem espantar muitos leitores. Mas quem se aventura se vê perdido num labirinto sem saída: o apreço por Rosa e pelos seus personagens tão complexos e labirínticos quanto qualquer ser humano.


Budapeste - Chico Buarque


O interessante de Budapeste é o exercício de metaliteratura realizado pelo autor. São vários livros dentro de um só livro, que podem ser lidos por várias perspectivas diferentes. Afinal de contas, quem escreveu O ginógrafo? Seria Budapeste o próprio livro escrito por José Costa? Ou ele é o relato escrito pelo ghost writer do ghost writer? Termine de ler o livro e releia com essas questões em mente. Dá para se entreter por um bom tempo.


Ulisses - James Joyce


É o tipo de livro que volta e meia aparece em listas, sejam elas quais forem. Nessa lista, especificamente, ele aparece pelo seguinte motivo: até a pessoa conseguir ler todo o livro e entender os neologismos de Joyce, com certeza o resgate já terá chegado. Vai faltar exílio para tanto livro.

As ondas - Virginia Woolf


A escolha de As ondas vai além de uma suposta obviedade com relação ao cenário. As ondas do título não são exatamente aquelas ondas que você ficará apreciando durante suas férias forçadas na ilha deserta. A estrutura narrativa do livro se realiza através de pequenos monólogos interiores de seis personagens, ao longo de todas as fases de suas vidas. De acordo com Jorge Luiz Borges, em As ondas "não há argumento, não há conversa, não há ação". E sim, ele estava elogiando o livro.

5 comentários:

  1. Vocês tem ciência de que faltou o mais insubstituível numa situação como essas, né? Não teria condições de passar qualquer tempo em uma ilha sem GGM! Mas, adorei a nossa seleção :).

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  2. robinson crusoe - pra aprender a ficar em uma ilha.
    gde sertão veredas - pra aprender a falar sozinho.
    ulysses - pra aprender a pensar sozinho.
    o aleph - pra ver a verdadeira máquina do mundo.
    esperando por godot - pra aprender que esperar é inútil.

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  3. pra compensar não ter comentado o post anterior; como considero quadrinhos literatura de alto nível, vai lá:
    watchmen - pq é o ulysses.
    sandman - pq é o em busca do tempo perdido.
    hellblazer - pq inglês comanda.
    preacher - pq tem o caradecu.
    piratas do tietê - laerte é um monstro.

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  4. Bem, 3 dessa lista eu tenho, e sugiro ainda "O Livro do desassossego", de Bernardo Soares/Pessoa e "A fúria do corpo", de Noll.

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  5. Quase me esqueço de comentar: eu estou numa ilha (deserta)...

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