domingo, 3 de maio de 2009

I Colóquio Simone de Beauvoir

"Ninguém nasce mulher: torna-se mulher". A frase que abre o livro "Segundo Sexo" também foi usada para a abertura do I Colóquio Simone de Beauvoir, organizado pelo PPG de Ciências Sociais da UFJF e que ocorreu nessa semana.
Não somos estudantes do curso, mas o tema nos interessava muito, por isso fomos conferir e não nos arrependemos. Com o tema "Maternidades, paternidades, conjugalidades e política" o colóquio contava com autoridades nos assuntos e promoveu oficinas e mesas redondas.
Na abertura, discutiram os "Amores essenciais, amores contingentes" um assunto bastante polêmico, mas que fazia parte da vida de Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre. As convidadas, Jovita Maria Gerheim Noronha (UFJF), Daniela Ribeiro Schneider (UFSC) e Clara Jaeger (Ato Freudiano), desenrolaram muito bem o tema, tocando na "ferida" que é um relacionamento aberto na época de Simone e Jean-Paul, um caso que ainda na atualidade gera grandes discussões. Destaque pessoal para Daniela Ribeiro, que foi fantástica!
No segundo dia do evento, o tema era a política nos vários segmentos sociais: Bruna, aluna do curso de Comunicação Social da UFJF e ativista do movimento Maria Maria, discursou sobre a participação da mulher, tarefa que desempenhou muito bem, principalmente tendo em vista a responsabilidade de falar logo após a ex-Reitora Margarida Salomão. A professora da Faculdade de Letras abordou os sindicatos e deu também um panorama sobre a atuação feminina na política universitária. Nada mais adequado, já que a professora foi Reitora por dois mandatos, a primeira mulher a ocupar o cargo e ainda a primeira a concorrer à Prefeitura de Juiz de Fora. O terceiro convidado, o professor Raul Magalhães, do curso de Ciências Sociais, abordou a política feminina de forma histórica: delineou a entrada da mulher no âmbito político, chegando a se utilizar da Comédia Velha, citando o texto "Assembleia de Mulheres", de Aristófanes.

Um comentário:

  1. Descobri Simone de Beauvoir há relativamente pouco tempo e lembro que o que primeiro me impressionou foi a atualidade do que ela escreveu. Lá se vão 60 anos da publicação de "O segundo sexo", mas ele poderia ter sido escrito hoje.
    Outra coisa que me chama atenção é a frase que abre o livro e que vocês citaram na postagem. Quando eu finalmente compreendi essa frase pensei: meu deus, eu fui amestrada! LOL

    Ótimo texto, excelente começo pro blog! :)

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